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Muçulmanas no esporte

Joey Ivansco - Kulsoom levanta pesos e é faixa preta em taekwondo
Uma semana após o prefeito de uma cidade na França proibir o uso do burkini, uma vestimenta  que deixa a mostra apenas o rosto, mãos e pés femininos; as muçulmanas conquistam um direito importante para as seguidoras de Alá. A americana, muçulmana, Kulsoom Abdullah, de 35 anos, será a primeira atleta feminina do levantamento de peso a competir com o corpo todo coberto pela  tradicional vestimenta da cultura islâmica, o hijab. No caso das muçulmanas que não puderam usar o burkini nas piscinas públicas da cidade francesa de Douai, a justificativa foi que a vestimenta não condiz com as normas de higiene estipuladas pelos clubes. Já no caso da atleta do levantamento de peso, modalidade olímpica, a alegação era que, não poder ver joelhos e cotovelos dos atletas podia prejudicar a avaliação dos árbitros. Ponto para Kulsoom, que pesando 45 kg  consegue  levantar 110kg e os olhares da Federação Internacional de Levantamento de peso que após um recurso da moça, não fez vista grossa e decidiu mudar as regras. Pena mesmo é para as jogadoras da seleção feminina de futebol do Irã, que foram eliminadas pela FIFA da Olimpíada de Londres 2012, já que eles consideram que o véu usado pelas jogadoras pode colocá-las em risco durante a partida. E se alguém ai acha que as questões da vestimenta muçulmana param por ai estão enganadas. Os questionamentos são muitos e existem casos e curiosidades que vão muito além do fato delas estarem completamente cobertas por um monte de panos. Entre as curiosidades, soube outro dia, pesquisando sobre exportação de lingerie brasileira, que as muçulmanas estão entre as maiores consumidoras de moda íntima produzida aqui. Gostam de peças extravagantes e valorizam muito o design brasuca. Quanto ao caso da proibição das vestes, soube também que França e Bélgica proíbem o uso da Burka por questões de segurança e por haver leis que proíbem pessoas de andarem com o rosto coberto nestes países. Mas não estou aqui falando de minorias, pois isso é exatamente o que elas não são. Apesar de estar concentrada nos países árabes, a religião muçulmana é a segunda maior do mundo. Se entendermos que a privação e a provação são apenas interpretações, podemos crer que mais vitórias destas mulheres podem vir por ai. 

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