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Eugênia Álvaro Moreyra - A primeira jornalista do Brasil

As mulheres jornalistas devem muito à Eugênia Moreyra. Num tempo em que "moças de boa família "não frequentavam redações de jornais", Eugênia foi não só reconhecida e admirada por sua inteligência como para ela foi criado o termo "reportisa", já que era incomum uma mulher jornalista. Eugênia é considerada a  primeira jornalista do pais. Ela trabalhou no jornal carioca  Última Hora, por volta de 1910,  quando veio de Minas, mais precisamente Juiz de Fora, onde nasceu. Ela e sua mãe, viúva rica filha de barões, vieram procurar emprego na cidade já que o patriarca da família havia morrido e pelas leis da época apenas os filhos homens podiam receber a herança. Após conseguir emprego no jornal também carioca "A Rua", desapareceu da vida pública durante meses e trancou-se em um convento. Apesar de muitos acharem a ideia inconcebível, acabaram por descobrir que Eugênia só foi para o convento para investigar a história da irmã de uma mulher que havia sido assassinada no famoso crime "a tragédia da rua Dr. Januzzi, 13". A matéria produzida pela perspicaz e obstinada jornalista foi estampada na capa do Jornal e rendeu dias de matérias e notoriedade à Eugênia. Esquerdista, defensora da arte, foi uma das fundadoras da União Feminina do Brasil e ativa defensora da deportação de Anita Leocádia, bebê de Olga Benário, esposa de Luis Carlos Prestes. Casou-se com o poeta Álvaro Moreyra, teve 4 filhos, participou da Semana de Arte Moderna de 22 e militou ativamente na Aliança Nacional Libertadora junto com Pagú e Oswald de Andrade. Claro que tanto ativismo culminou na perseguição do governo Vargas. Eugênia morreu aos 50 anos, no Rio de Janeiro. Hoje, 16 de junho de 2011, completam exatos 63 anos de sua morte.         

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