Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
Há mulheres que nos parecem improváveis tamanha sua autenticidade e domínio de si mesmas( do seu sentir e do seu querer).Mulheres que se aventuram e aventuraram, no território da consciência e por isso causam temor aos homens, àqueles que as querem domáveis e dóceis como se fossem frágeis pétalas de rosa e somente isso. As poetizas são de causar um arrepio na espinha pela coragem de dizer, num mundo que aparentemente nos diz que somos mulheres independentes e senhoras do nosso destino, apenas dizem , palavras que querem convencer de uma liberdade aparente. Mas elas continuam a dizer, nesse território mágico e fecundo, onde o dizer é mais do que dizer; é de um mergulho nas produzes do ser que ultrapassa a medida do impossível e do provável, desse provável que no dizer dessa poetiza imediatamente aos desavisados faz crer que ela procura corpo, mas que na realidade é uma mergulho na alma, nesse sentir profundo que só as mulheres determinadas a sentir e a saber o que é o AMOR vão.Além do medo de despirem-se de suas próprias imperfeições e muito além , para o para o espaço do senso de EXISTIR.
ResponderExcluir