Vale a avaliação, não apenas por se tratar de uma mulher, mas pelas expectativas quanto a forma diferenciada de se administrar um país. A ótica feminina tem se demonstrado divergente, mesmo que alguns teimem em dizer que queremos cada vez mais igualarmo-nos aos homens. Acredito não tratar-se disso, mas sim do, enfim, direito de assumirmos que a maternidade, os homens, ou as "prendas domésticas", nao são capazes de nos satisfazer. E "nos" satisfazer também não representa uma totalidade. Existem sim mulheres que se satisfaçam em ser "apenas" mães e esposas. Ou que se sintam mais felizes ganhando um presente da Tramontina que da editora Rocco. Confesso que essas são as que mais invejo. Somos muito mais complexas do que qualquer filosofia tenha tentado explicar. Quando das eleições, uma amiga me disse que não votaria na Dilma por ela não ter nada de maternal, por ser dura. Somos tão complexas que não precisamos das afirmações masculinas quanto aos nossos comportamentos ou direitos. Nós mesmas somos capazes de nos amar, admirar, julgar, ferir e subestimar com a mesma ferocidade.
As mulheres jornalistas devem muito à Eugênia Moreyra. Num tempo em que "moças de boa família "não frequentavam redações de jornais", Eugênia foi não só reconhecida e admirada por sua inteligência como para ela foi criado o termo "reportisa", já que era incomum uma mulher jornalista. Eugênia é considerada a primeira jornalista do pais. Ela trabalhou no jornal carioca Última Hora , por volta de 1910, quando veio de Minas, mais precisamente Juiz de Fora, onde nasceu. Ela e sua mãe, viúva rica filha de barões, vieram procurar emprego na cidade já que o patriarca da família havia morrido e pelas leis da época apenas os filhos homens podiam receber a herança. Após conseguir emprego no jornal também carioca "A Rua", desapareceu da vida pública durante meses e trancou-se em um convento. Apesar de muitos acharem a ideia inconcebível, acabaram por descobrir que Eugênia só foi para o convento para investigar a história da irmã de uma mulher que havia sido ...
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