Para os que classificam o cinema nacional em "antes e depois de Glauber Rocha", é fundamental não menosprezar a importância que sua mãe, Lúcia Rocha, teve na vida e na arte do menino prodígio. Lúcia, não escondendo a falta do filho, fala sempre do orgulho, das peraltices e genialidades de Glauber, que entre umas e outras, odiava a escola porque considerava sua professora primária fraca e por isso quis e foi alfabetizado pela mãe. Ela conta que enquanto outras crianças de sua idade brincavam na rua ele ficava trancado em casa lendo e escrevendo. "Minha mãe, minha cabeça é um vulcão", ele dizia e ela entendia que escrevendo ele conseguia "explodir" todas as ideias. Lucia conta que alguns filmes foram planejados ainda na infância, como Barravento, que Glauber idealizou quando tinha apenas 7 anos. Por muitos anos Lucia Rocha bancou financeiramente as obras do filho. Ela diz que era rica e ficou pobre com o cinema. Costurava figurinos, cozinhava para atores. Hoje Lucia mantém o Templo Glauber, um centro cultural que fica na cidade do Rio de Janeiro dedicado ao cineasta e que tem um acervo de 100 mil peças. A sensibilidade da mãe era tanta, que ela diz ter começado a juntar objetos quando ele tinha 9 anos. Um roteiro de uma peça de teatro que Glauber encenou na escola foi a primeira aquisição para o grande acervo. Ela guarda até as anotações que ele amassava e jogava fora. O que talvez fosse desmerecido para Glauber no passado, hoje são relatos de uma genialidade docemente compreendida e acolhida pela mãe. Ontem, 23 de agosto, Lucia Rocha participou de uma sessão em homenagem a Glauber Rocha, no Senado. Hoje, está aqui minha mais sincera homenagem à mãe do cinema novo.
Há milhares de anos a fama da esposa do famoso filósofo Sócrates é tão famosa quanto. Xantipa era conhecia por seu temperamento forte, feroz e por atacá-lo fisicamente. Os amigos não entendiam o amor que Sócrates mantinha por aquela mulher mesmo sob tanta animosidade, e ele afirmava que era justamente aquilo que o fazia ter contato com a humanidade. Nietzsche inventou uma tese que Xantipa foi fundamental para o desenvolvimento intelectual e sociológico de Sócrates porque o fez frequentar todos os lugares de conversação da época, menos sua casa. Talvez fosse por isso que Sócrates tenha dito a famosa frase: "De qualquer modo, case-se. Se você tiver uma boa mulher, será feliz. Se tiver uma mulher ruim, se tornará um filosofo." Confesso que quando li essa frase imaginei Sócrates um tanto quanto "reclamão", mas quando soube que Xantipa pode ter sido a mãe de seus três filhos, ai entendi que sua impulsividade também devia servir para outros propósitos que mantiveram o
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