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Uma mulher no lugar de Strauss-Khan

Irônica ou estrategicamente, o cargo que antes era de Dominique Strauss-Khan será ocupado, oficialmente,  a partir de 5 de julho por uma mulher, a francesa Christine Largade. Ela, ministra de finanças da França, foi eleita graças ao apoio das grandes nações que tem direito de escolha do cargo, incluindo os Estados Unidos e o Brasil. Largade venceu o mexicano Agustin Carstens , que não conseguiu o mesmo apoio. O cargo, diretora-gerente do FMI - Fundo Monetário Internacional, com a francesa, preserva a tradição de ser ocupado há quase 70 anos por um membro europeu. Christine é a primeira mulher a ocupar o cargo e já entra com um batatal quente nas mãos. Ela terá papel determinante nas negociações dos financiamentos aos países europeus que enfrentam uma grave crise econômica. Especialistas dizem que o lado negativo da escolha de Christine é que, sendo européia, ela tem grandes chances de não ser imparcial na hora de tentar ajudar a europa a resolver sua crise financeira, encabeçada pela Grécia. Na minha opinião, foi a perfeita união do útil ao agradável. Escolhendo uma mulher, "limpam" o nome da Organização que foi manchado pelos escândalos sexuais de Strauss-Khan e estrategicamente elegem uma "européia" para resolver a crise "européia". O apoio de Estados Unidos e Brasil também não são apenas por simpatia a atual dona do cargo, mas sim para resguardar os investimentos na europa e para que o rombo na economia deles não sobre para todos os outros países que de alguma forma terão que pagar a conta.  Strauss-Khan - Pra quem não se lembra, Strauss-Khan é aquele que foi acusado de atacar sexualmente uma camareira num hotel em Nova York. Christine Largade - Nascida em Paris, em 1956, mãe de dois filhos, Christine já foi considerada, pela revista Forbes, uma das mulheres mais influentes do mundo. Foi a primeira mulher ministra da economia entre os países do G7. O FMI - É uma Organização Internacional criada para garantir o bom funcionamento do Sistema Financeiro Mundial. Mais ou menos como um banco que gerencia as contas pegando emprestado dos mais ricos, emprestando para os mais pobre e controlando assim as finanças mundiais.  Em junho de 2009 o então ministro da fazenda, Guido Mantega, anunciou que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões para o FMI. Essa foi a primeira vez na história que o Brasil passou de devedor para credor do Fundo.

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