Pular para o conteúdo principal

Professores x O POVO



Lembra da tabuada que estudávamos nas séries primárias? Pois é, quem lembra consegue fazer um cálculo simples, que define com clareza a disparidade social e a inversão de valores deste país. Divida o salário dos deputados e senadores, que hoje no Brasil é de 26,7 mil reais, por 930 reais dos professores, como comprova Amanda Gurgel, professora do Rio Grande do Norte. O resultado é de 28,7, o que significa que o salário de apenas um deputado consegue colocar hoje, em sala de aula, 30 professores formados e especializados. Levando em conta que um deputado não precisa nem ter curso superior para exercer o cargo, basta ser jogador de futebol, palhaço ou homofóbico; é absurdamente claro o argumento que neste país educação NÃO É PRIORIDADE. A questão é que entendemos errôneamente de onde deve vir a prioridade. Não são políticos que determinam o que deve ou não funcionar, é o povo. Mas é este povo, que prefere a alienação. É exatamente este povo que elege deputados equivocados, que só se preocupam com política durante campanhas políticas. É este povo, o maior culpado, o grande vilão, o verdadeiro carrasco da professora Amanda Gurgel. O analfabeto político é o que arrasta cada vez mais nossa sociedade para a lama. Até me provem o contrário, acredito que Amanda Gurgel falou ao vento. Uma pena pois trata-se de uma das falas mais concretas e embasadas que já ouvi sobre educação. De que adiantam as mais belas falas, se estão todos irremediavelmente surdos?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eugênia Álvaro Moreyra - A primeira jornalista do Brasil

As mulheres jornalistas devem muito à Eugênia Moreyra. Num tempo em que "moças de boa família "não frequentavam redações de jornais", Eugênia foi não só reconhecida e admirada por sua inteligência como para ela foi criado o termo "reportisa", já que era incomum uma mulher jornalista. Eugênia é considerada a  primeira jornalista do pais. Ela trabalhou no jornal carioca   Última Hora , por volta de 1910,  quando veio de Minas, mais precisamente Juiz de Fora, onde nasceu. Ela e sua mãe, viúva rica filha de barões, vieram procurar emprego na cidade já que o patriarca da família havia morrido e pelas leis da época apenas os filhos homens podiam receber a herança. Após conseguir emprego no jornal também carioca "A Rua",  desapareceu da vida pública durante meses e trancou-se em um convento. Apesar de muitos acharem a ideia inconcebível, acabaram por descobrir que Eugênia só foi para o convento para investigar a história da irmã de uma mulher que havia sido ...

Ela batia em Sócrates

Há milhares de anos a fama da esposa do famoso filósofo Sócrates é tão famosa quanto. Xantipa era conhecia por seu temperamento forte, feroz e por atacá-lo fisicamente. Os amigos não entendiam o amor que Sócrates mantinha por aquela mulher mesmo sob tanta animosidade, e ele afirmava que era justamente aquilo que o fazia ter contato com a humanidade.  Nietzsche inventou uma tese que Xantipa foi fundamental para o desenvolvimento intelectual e sociológico de Sócrates porque o fez frequentar todos os lugares de conversação da época, menos sua casa. Talvez fosse por isso que Sócrates tenha dito a famosa frase: "De qualquer modo, case-se. Se você tiver uma boa mulher, será feliz. Se tiver uma mulher ruim, se tornará um filosofo." Confesso que quando li essa frase imaginei Sócrates um tanto quanto "reclamão", mas  quando soube que Xantipa pode ter sido a mãe de seus três filhos, ai entendi que sua impulsividade também devia servir para outros propósitos que mantiveram o ...

Ser ou não ser mãe?

Sabe quando você ganhava uma boneca na infância e via seu irmão, ou seus amigos, ganharem aqueles carrinhos "da hora" cheios de luzes e equipamentos? Você ficava pensando: Por que seus brinquedos tinham que ser os mais chatos? Pois é, se você achava que os meninos eram mais incentivados à rebeldia e liberdade que você, você estava certa! Muitas culturas mantiveram e mantém a ideia que a mulher precisa ser domesticada para preservar o desenvolvimento através da procriação. Uma mulher que não sente necessidade de ser mãe, não contribui com a manutenção da espécie humana, certo? Errado! A mulher tem o direito de escolher o que fazer com seu corpo e com sua vida e ter filho é uma escolha e não uma obrigação. No Brasil, algumas mulheres já demonstram essa consciência. De acordo com censo do IBGE 2010, 14% das mulheres declararam não ter necessidade de serem mães. No penúltimo censo, eram 10%. Em 50 anos a média de filhos por mulher caiu de 6,1 para 1,9. A pesquisa do IBGE també...