Amélia que me desculpe, mas Julieta é que era a mulher de verdade. A linda, doce e jovial personagem mais famosa de Shakespeare perdura inatingível no imaginário popular e assim atravessará mais séculos e séculos. O motivo? Julieta morreu! Isso mesmo, ela morreu. Morreu a tempo de Romeu não conhecê-la profundamente. Acredito ter surgido daí a expressão "final feliz". Shakespeare sabia desde então que uma linda história de amor não tem contas no fim do mês, não tem crises de TPM, não tem futebol no fim de semana com o amigos. Será que então os mais doces amores são os que passam com a velocidade de um ato de uma peça inglesa? Não. O amor é atemporal. O que mata qualquer sentimento é o apego às minúcias. Muitas vezes acredito que dediquemos mais tempo aos problemas cotidianos (que não mudarão), do que à vivência real do amor. Já vi mulheres que sonhando com o príncipe encantado, desperdiçaram sapos interessantíssimos que passaram por suas vidas. Por isso é uma grande bobagem conservar a Julieta que existe dentro de você e mais ainda a Amélia, que não tem vaidade. Conservemos nós mesmas e vivamos o amor do nosso jeito, afinal, Ataulfo Alves e Mário Lago não estavam nem aí se eram Julietas ou Amélias. Para ser de verdade, bastava ser mulher. E Shakespeare? Não confio em homens que estão entre o "ser e não ser"
"Sei que vão censurar o meu proceder. Eu sei mulher que você mesma vai dizer que eu voltei pra me humilhar. É, mas não faz mal. Você pode até sorrir, mas perdão foi feito pra gente pedir".
Trecho da música "Atire a primeira pedra" - Mario Lago e Ataulfo Alves, que também são autores de "Ai que saudade da Amélia".
Curiosidades: Existem teorias que dizem que Shakespeare era um personagem fictício. Já para Leon Tolstói, Shakespeare não só existiu, como foi um escritor medíocre. Para Tolstoi, todos os personagens de Shakespeare vieram de outros escritores. "Ele pode ser tudo, menos artista", dizia o inflamado autor de Anna Karenina.
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