A jornalista Tory Oliveira publicou hoje uma matéria muito legal, na Carta Capital, falando sobre os estudos da antropóloga Michele Escoura sobre a influência das princesas Disney em meninas e meninos. A pesquisa foi realizada com crianças de 5 anos de escolas públicas e privadas de Marília e Jundiaí, no interior de São Paulo. Eu já defendia esta tese há anos, de que as histórias infantis são alienantes no que diz respeito à imagem da mulher perfeita e do ideal de vida e sucesso. A antropóloga só veio confirmar o que eu acreditava. Para as meninas, a Cinderela é uma referência fortíssima passando a representar o sonho de princesa. Loira, magra, boazinha, aceita ser humilhada e sofre calada, no final, encontra o príncipe cercado de riquezas das quais era irá usufruir não pelo trabalho, mas por encontrar um homem que já vem com o pacote completo. De acordo com a pesquisa de Michele, a própria Disney tem classificações para suas princesas. A Cinderela é da categoria "clássicas". Já a Mulan é da categoria "rebeldes". Se pensarmos que Cinderela é de 1950 e ainda continua sendo exibido como um padrão a ser seguido, percebemos aí uma nítida negativa de avançar no estereótipo de mulher feliz. Confesso que Mulan merece todo meu apreço já que trata da história de uma corajosa menina chinesa que traveste-se de homem para lutar no lugar do pai doente (sempre preferi as rebeldes). Ela sim representa a mulher moderna, que tem que lutar diariamente para alcançar seus objetivos. Para meu alívio, durante um dos questionários feitos às crianças, diferente dos amiguinhos, uma menina respondeu que Mulan era princesa sim. Os outros achavam que não, por ela não ter jóias e não ficar com o príncipe no final. A questão, a meu ver, é meramente comercial. Meninas rebeldes não vendem produtos, vendem ideologia, e ideologia não tem na loja de brinquedos. Mas parece que até a Disney percebeu que as meninas de hoje já não são mais as mesmas. Diga-se pelo filme "Valente", mais um lançamento e que mostra uma princesa que não quer cabelo liso, não quer casar e não quer seguir regras que não dizem respeito a ela. Mesmo com todo atraso, até a Disney reconheceu que as rebeldes sempre são as mais divertidas.
Há milhares de anos a fama da esposa do famoso filósofo Sócrates é tão famosa quanto. Xantipa era conhecia por seu temperamento forte, feroz e por atacá-lo fisicamente. Os amigos não entendiam o amor que Sócrates mantinha por aquela mulher mesmo sob tanta animosidade, e ele afirmava que era justamente aquilo que o fazia ter contato com a humanidade. Nietzsche inventou uma tese que Xantipa foi fundamental para o desenvolvimento intelectual e sociológico de Sócrates porque o fez frequentar todos os lugares de conversação da época, menos sua casa. Talvez fosse por isso que Sócrates tenha dito a famosa frase: "De qualquer modo, case-se. Se você tiver uma boa mulher, será feliz. Se tiver uma mulher ruim, se tornará um filosofo." Confesso que quando li essa frase imaginei Sócrates um tanto quanto "reclamão", mas quando soube que Xantipa pode ter sido a mãe de seus três filhos, ai entendi que sua impulsividade também devia servir para outros propósitos que mantiveram o
Comentários
Postar um comentário