Depois de 900 anos de dominação masculina, a função de gondoleira é ocupada por uma mulher, em Veneza. Giorgia Boscolo, de 26 anos, superou 21 candidatos do sexo masculino em uma profissão que tem 425 contratados fixos e 180 substitutos, todos homens. Para a próxima seleção, mas cinco mulheres disputam vagas. Eu nunca fui à Veneza, mas a maioria dos relatos são de uma cidade verdadeiramente encantadora e o encanto feminino certamente é um atrativo a mais para um dos maiores diferenciais turísticos da Itália. Filha de gondoleiro, Giorgia submeteu-se a um ano de exames práticos e testes escritos pra conseguir a permissão. Como podemos perceber, a organização, além de tradicional na manutenção dos homens no cargo (tradição agora quebrada), também é tradicional no rigor dos exames de admissão. Mas conquistas a parte, Giorgia tem apenas o posto de substituta. Para ela assumir o posto algum gondoleiro tem que sair. Em 2012, um passeio de 40 minutos nos canais de Veneza custava U$ 100 e de uma hora U$ 150. A dica da jornalista e blogueira Adriana Setti, autora do livro "De Mala e Cuia", é ficar atenta pois o passeio também pode apresentar algumas "roubadas". Uma é não negociar apenas o preço, mas também o trajeto. Adriana conta que os italianos também tem o "jeitinho" próprio de fazer negócio e alguns cobram o valor tabelado mas encurtam o passeio. Outra dica é que se estiver muito quente o cheiro pode não ser dos mais agradáveis, mas o lado bom é que o cheiro não sai na foto. Depois das 19h as tarifas aumentam para U$ 125 e U$ 185, respectivamente. Os canais pequenos são os melhores, mais românticos e por isso pegar a rota do Grande Canal é uma furada. E a dica para os namorados e maridos é evitar os gondoleiros altos, fortes e de olhos azuis. De acordo com Adriana, eles existem sim e podem tirar o "foco" do passeio.
As mulheres jornalistas devem muito à Eugênia Moreyra. Num tempo em que "moças de boa família "não frequentavam redações de jornais", Eugênia foi não só reconhecida e admirada por sua inteligência como para ela foi criado o termo "reportisa", já que era incomum uma mulher jornalista. Eugênia é considerada a primeira jornalista do pais. Ela trabalhou no jornal carioca Última Hora , por volta de 1910, quando veio de Minas, mais precisamente Juiz de Fora, onde nasceu. Ela e sua mãe, viúva rica filha de barões, vieram procurar emprego na cidade já que o patriarca da família havia morrido e pelas leis da época apenas os filhos homens podiam receber a herança. Após conseguir emprego no jornal também carioca "A Rua", desapareceu da vida pública durante meses e trancou-se em um convento. Apesar de muitos acharem a ideia inconcebível, acabaram por descobrir que Eugênia só foi para o convento para investigar a história da irmã de uma mulher que havia sido ...
É uma grande conquista feminina. Eu estive em Veneza e, mesmo ao lado do meu lindo marido, não deixei de notar o quanto são belos os gondoleiros. Este charme é a única coisa a se perder com a chegada das mulheres à profissão. Parabéns pra Giorgia.
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