Índia e China encabeçam a lista dos países que "ignoram" os altos índices de mortalidade feminina em seus territórios. De acordo com o último relatório do Banco Mundial (Bird), anualmente 1,427 milhões de bebês do sexo feminino não chegam a nascer por causa do aborto seletivo e 617 mil meninas morrem até alcançar os 5 anos por negligência de gênero, que é quando pais muito pobres preferem dedicar seus poucos recursos, principalmente alimentares, aos filhos homens. Mas se engana quem pensa que a Europa está imune a esta prática. No leste europeu, no Cáucaso, na Sérvia, no Azerbaijão e na Geórgia, o número de abortos seletivos aumentou de 7 mil em 1990, para 14 mil em 2008. Na Índia, o Bird atribui o problema à ascensão social. Para os pesquisadores, em algumas regiões da Índia era normal ter entre 5 e 6 filhos, mas com a melhora das condições financeiras e com a organização das famílias, o número caiu para 2 filhos por família e a preferência é por meninos. Já na tradição chinesa cabe ao filho homem mais velho tomar conta dos pais na velhice e esta tem sido historicamente a única alternativa de sobrevivência de alguns patriarcas num país majoritariamente agrário e sem um sistema de previdência eficiente. Esta semana o mundo noticiou a escolha de 3 mulheres para o prêmio Nobel da Paz. Ellen Johnson Sirleaf, presidente da Líbia, a ativista Leymah Gbowee, também da Líbia e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman; representam uma valorização importante mundialmente adotada por governos que tentam recuperar os milênios de discriminação e flagelo pelo qual as mulheres foram submetidas. Acontecer nos dias de hoje atos como o aborto seletivo, prova que as crenças culturais não acompanham o avanço da tecnologia e da economia, a não ser nos casos em que o ultrasson serve para, no entendimento deles, "evitar um mal maior".
As mulheres jornalistas devem muito à Eugênia Moreyra. Num tempo em que "moças de boa família "não frequentavam redações de jornais", Eugênia foi não só reconhecida e admirada por sua inteligência como para ela foi criado o termo "reportisa", já que era incomum uma mulher jornalista. Eugênia é considerada a primeira jornalista do pais. Ela trabalhou no jornal carioca Última Hora , por volta de 1910, quando veio de Minas, mais precisamente Juiz de Fora, onde nasceu. Ela e sua mãe, viúva rica filha de barões, vieram procurar emprego na cidade já que o patriarca da família havia morrido e pelas leis da época apenas os filhos homens podiam receber a herança. Após conseguir emprego no jornal também carioca "A Rua", desapareceu da vida pública durante meses e trancou-se em um convento. Apesar de muitos acharem a ideia inconcebível, acabaram por descobrir que Eugênia só foi para o convento para investigar a história da irmã de uma mulher que havia sido ...
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