Antigo convento na cidade de Tuam, na Irlanda |
Durante séculos a religião categoriza as mulheres. Aquelas que não agem de acordo com as leis da igreja sempre foram consideradas "mulheres perdidas", servas do demônio. Isso, historicamente comprovado, custou a vida de milhares delas por todo o mundo. A igreja católica foi uma das, talvez a principal, igreja envolvida em diversas mortes. Na Europa, especificamente, podemos comprovar estes fatos agora que alguns atos da ordem das Irmãs Magdalenes foram desvendados. Elas mantinham conventos e uma lavanderias por toda Irlanda. De 1922 a 1996 estima-se que mais de 30 mil meninas, jovens adolescentes, foram enviadas às lavanderias e submetidas a trabalho escravo. Entre elas estavam órfãs, pobres, deficientes, meninas rejeitadas pelas famílias e condenadas em tribunais. Elas enfrentavam uma jornada de 12 horas de trabalho diário passando e lavando roupas de empresas, órgãos públicos e das Forças Armadas, o que era muito lucrativo para as freiras e para a igreja. Estima-se que 26% das meninas tenham sido enviadas pelo próprio governo. Um grupo de advogados de Dublin alega que mais de 900 meninas foram enterradas em um dos conventos, na cidade de Tuam, no Oeste da Irlanda. Recentemente, a historiadora Catherine Corless, descobriu um cemitério de bebês ao lado do convento. Eles eram filhos de mães solteiras mandadas para lá por seus pais, entre 1925 e 1961. Mais de 800 esqueletos de recém nascidos foram encontrados e teriam sido enterrados de maneira secreta pelas freiras. A causa das mortes é incerta. Alguns teriam morrido vítimas de desnutrição, tuberculose, pneumonia e maus tratos. A taxa de mortalidade de crianças no convento era 5 vezes maior que a da população em geral. A investigação destes acontecimentos foram divulgadas hoje pelo senador Martin MacAleese e você sabe o que fizeram governo e a igreja após a denúncia? O governo da Irlanda pediu desculpas e o padre Fintan Monaghan, secretário da arquidiocese de Tuam, propôs uma "homenagem" aos bebês mortos. Como podemos perceber, a conivência de governos e da igreja não mudou muito nos últimos séculos. Resta então a última pergunta: Quem eram as verdadeiras mulheres "perdidas"?
fonte: Jornal o Globo.
Interessante.Mas por que não escreve seus textos já que é jornalista?
ResponderExcluirNão entendi, Milena?
ExcluirÉ triste ver como as mulheres já sofreram e ainda sofrem e o pior ainda é ter q aturar o machismo que muitas vezes vem das próprias mulheres.
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